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Você não
ouve o som das minhas lágrimas, mas é um som forte. É o som dos gritos que
armazenei dentro de mim, o som das palavras que eu prefiro não dizer.
Você não sente o
sabor das minhas lágrimas, mas tem o gosto do fel. A amargura das minhas
lágrimas lembra o gosto da angústia, do medo.
Você não sabe o peso
da minha lágrima, mas ela está sempre sobrecarregada. Minha lágrima tem a força
de um murro de revolta, tem o peso do cansaço.
Você não sabe o
formato que tem minha lágrima, mas em cada momento ela se molda. Minha lágrima
se assemelha ao coração partido, ela imita o sangue derramado.
Você não conhece a
voz da minha lágrima, mas ela diz, o tempo todo ela diz. Minhas lágrimas cantam
(em coro) músicas indecifráveis, minhas lágrimas
poetizam versos fracassados.
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